domingo, 14 de abril de 2013

Poesia Nordestina


O NÃO DO AMOR
Jessier Quirino

Uma caboca faceira
Esqueletou meu juizo
Pousou sem nenhum aviso
No corpo nu da paixão.

Uma fofinha malvada
Uma fofura morena
Uma almofada de pena
De sobre-cu de pavão.

Meu tangedor de viver
Ganhou um trote seguro
Escutando com apuro
A fala dessa mulher
Nem escura nem acesa
Água quebrada a frieza
Na fonte do bem-me-quer.

Contorniei as fronteiras
Do corpo da caboquinha
Que nem a fada madrinha
Com varinha de condão
Que mesmo dizendo NÃO
Só parecia que sim
Pois NÃO de amor é assim
Se engana com o coração.

Porque o NÃO do amor
Tem sentido diferente
Um NÃO bem forte diz: NÃO!
Depois um NÃO displicente
Traz dez NÃOZINHOS manhosos
Pra bem juntinho da gente.

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