terça-feira, 18 de setembro de 2012

Poesia do RN

Incandiado
Renato Caldas

Dos cabelo de Sá Dona,
A cô eu num sei dizê;
Meus óio num tem vontade,
Meus óio num tem querê,
Pois os óio de Sá Dona
Num deixa meus óio vê.

E quem é que arreséste
Uma coisa desse jeito?
Qui se infinca pulos óio
E se inspaia pulos peito!...
Num hai Sá Dona, num hai,
Quem possa inxergar direito.

Mercê pensa que é mintira?
Pois num é mintira não...
É mió oiá pru só
Cum todo seu quilarão
Do que oiá pra esses óio
Mais preto do que carvão.

O só atrapaia as vista,
Deixa aquela cunfusão...
Mais, os óio de Sá Dona,
Vai batê no coração,
Fica pru dento queimando,
Cuma se fosse um vurcão.

E é purisso Sá Dona
Qui eu tô dizendo a vancê:
Meus óio num tem vontade,
Meus óio num tem querê,
Pois os óio de Sá Dona
Num deixa meus óio vê.

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