sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Palavra por palavra


                            A ESSE TREM DA VIDA
                           Genildo Costa
                                         

À minha Irene,
Eterna musa..!                                                   

 Dada as circunstâncias desses dias de incertezas e mar revolto prossigo na lida. As minhas pretensões,mesmo assim, são  mínimas.Hoje,penso que sou mais de aguardar a disponibilidade de todas as marés, sem muita pressa.De algumas poucas experiências que tive creio que me é suficiente os parcos recursos de que disponho para tocar o trem da vida.
Reconheço que a pressa me persegue e tem sido ingrata.Bem poderia usar do expediente da cordialidade.Tenho esperado que me conceda o tempo  necessário pra que eu possa contemplar as últimas violetas que ainda restam pelo jardim de meus dias.Algumas dessas violetas azuis já não mais existem.Perderam a cor.Saíram de cena,mesmo assim,tenho que suportar o falso brilhante de meus girassóis de estrada.
Tenho medo,sim, de perder de vista a adolescência de minha alma.pois o que ainda me resta  é só esse lirismo que traduz,veementemente,todas as minhas fugas    empreendidas por esses labirintos de dúvidas e encantamentos..Se não deu tempo para alçar vôo mais alto foi porque as advertências não foram tão convincentes para uma outra tomada de rumo.Fui insensato,talvez.
Acredito ter sido,até então,prudente e comedido.Breve para com as minhas devoções.Ingrato,às vezes,quando tivemos que acenar às pressas para quem tanto sonhou com a nossa sincera e eterna aliança.Bem sei que não é tão difícil  refazer todos os planos que foram projetados mesmo com o advento desses tão fatídicos dias.Não poderia ser,então,diferente.
Tão cedo alguém teve que nos deixar saudades para que pudéssemos entender um pouco da transitoriedade desse trem da vida.De tudo que passa.Inexoravelmente.
Dessas andanças de nômade em busca de um lenitivo,prossigo na carruagem desses dias de pressa para reencontrar a mais bela de todas as violetas azuis.Embora tenha que me denunciar para continuar sendo a mesma criatura.O mesmo projeto de tenebrosa lira que resiste a poeira corrosiva de todas as estações.
Esqueci de tentar esquecer,realmente,







                        

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