quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Artigo




Marcos Só Para Baixinhos 1
Marcos Bezerra, do Novo Jornal

Maria Clara, meu finzinho de rama, é uma menina famosa. – Porque meu pai é famoso! – Foi essa a dedução que ela tirou de seu juizinho de sete anos ao me ver participando do debate eleitoral na Band, na noite de quinta-feira. Ficou acordada até depois das onze horas para o acontecimento inédito e, contaram-me, dormiu feliz da vida. Ontem, quando de minha missão diária de ajudar na tarefa escolar, notei uma resistência menor da parte dela, que costuma botar o pai, conciliador ao extremo, no bolso. 
Aí, lembrei da minha primeira pequena, que via, desde que se entendeu de gente, as matérias do então repórter da TV Cabugi. Mateus, o segundo da fila, tinha antena parabólica em casa e pouco assistia às matérias do correspondente de Mossoró. João Marcos, o terceiro a vir ao mundo, ainda não tinha nem três anos quando o pai, por causa de uma infecção no olho esquerdo, foi forçado a trocar a rua pela redação. Quatro meninos... – Semeador –, gostei da definição de um amigo do peito. 
Iolanda, esse é o nome da primeira semente, reclamou que não a alertei sobre a participação no debate. Foi só uma pergunta, mas ela insistiu que eu deveria ter avisado. Tomou conhecimento por uma prima, que tomou conhecimento através do namorado. E outras pessoas deram notícia de meus poucos segundos de fama televisiva. Alguém me perguntou se eu estava nervoso. – Um pouco –, foi a resposta. Sempre ficava, nas entradas ao vivo. Talvez porque não deu tempo de pegar o costume, pela pouca frequência de oportunidades em Mossoró e também por reconhecer a responsabilidade do momento. 
Voltar a um estúdio, depois de mais de dois anos longe do universo televisivo, onde fui forjado profissionalmente com quase 19 anos de experiência, valeu pela importância do evento e também pela lembrança. Afinal, o tempo de minha pergunta, ao deputado Fernando Mineiro, deve ter sido o equivalente à duração de uma “passagem” – a aparição do repórter na matéria. Coisa que fazia, nos bons tempos, até três vezes por dia. 
Na redação da Band Natal, tão menos tumultuada que a deste NOVO JORNAL, encontrei e ganhei o sorriso de sempre da apresentadora Vânia Marinho, com a qual sempre brinco falando a verdade – Eu sou seu fã! – e que foi a primeira que vi na bancada do RNTV. No estúdio, saboreei cada momento do por trás das câmeras e voltei para casa disposto a resgatar um pouco do meu passado repórter. 
Ontem, encontrei velhas fitas de VHS e um DVD com o meu nome rabiscado na capa. Matérias antigas, não pensei em outra coisa. Abri e nem desconfiei do XSPB 3, escrito no disco. O computador, nos estertores de uma pane geral, tenho certeza disso, demorou para ler e, quando leu, propôs-me uma viagem na terceira versão de Xuxa Só Para Baixinhos... Meus baixinhos hão de querer outra atração.



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