segunda-feira, 18 de julho de 2011

VERBO AD VERBUM

 Velhinho com cara de novo

Por esses dias, meu vizinho me chamou para ouvir um daqueles “pancadões” que o público teen chama de forró mix, forró eletrônico, forró moderno, forró o escambal e, que na verdade, nada tem a ver com forró. O interesse do meu amigo era me mostrar que a letra do tal “forró” se tratava de uma poesia de Raimundo Nonato e Nonato Costa, dois violeiros admirados por pessoas da minha natureza. Ora, disse-lhe, é a Indústria Cultural. Vá lá o rapaz entender do que diabos eu estava falando. Voltei pra casa encafifado. Será que isso é uma armadilha desse sistema para quebrar minha resistência? Dei-me conta, porem, de que tudo que eles nos oferecem são meras reproduções. Imaginei que alguém já tinha alertado sobre isto: “aquilo que a indústria cultural oferece de continuamente novo não é mais do que a representação, sob formas sempre diferentes, de algo que é sempre igual; a mudança oculta um esqueleto, no qual muda tão pouco como no próprio conceito de lucro, desde que este adquiriu o predomínio sobre a cultura”. Ah! Foi Theodor Adorno na "Dialética do Esclarecimento".

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