sábado, 13 de novembro de 2010

Soneto

O grilo
Zenóbio Oliveira

Caí de corpo na rede, estropiado,
Em busca do repouso mais tranqüilo,
Mas ao primeiro esboço de cochilo,
Sobressaltei-me ao ruído estridulado.

Levantei-me ainda atordoado,
Procurando a origem do sibilo,
Descobri tão logo que era um grilo,
No reboco da parede camuflado.

Aí dei de garra de um cavaco,
E cutuquei buraco por buraco,
No afã de abafar tão rude trilo,

Mas neca de sucesso em meu intento,
E para resumir meu sofrimento,
Perdi o sono e não achei o grilo.

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