sábado, 6 de novembro de 2010

De repente...

      Rogaciano Leite de São José do Egito, o mesmo Pajeú das Flores dos irmãos Batista (Dimas, Lourival e Otacílio), de Cancão e de Antônio Marinho, era um poeta popular diferenciado. Um intelectual. Formou-se em jornalismo e chegou a tentar a carreira diplomática. Como repórter, ganhou um Prêmio Esso, escrevendo sobre a Amazônia.
Mas é lembrado como um homem amargo, apesar de tanto talento. A maior queixa, dizem, era contra a própria cidade onde nasceu. "Uma terra ingrata", costumava acusá-la pelo modo de vida de seus habitantes. Um dia, em um desafio com o conterrâneo Lourival Batista, teve de ouvir estes versos beirando a agressão:

Filho que fala da mãe,
morrendo o diabo carrega!

A resposta saiu no mesmo tom, áspera:

De fato, caro colega,
a sua razão não se some:
o diabo carrega o filho,
que da mãe manchar o nome;
mas também carrega a mãe,
que mata o filho de fome!

Um comentário:

  1. Grande Zenóbio, estou sempre antenado com o blog e sua riqueza cultural. Por favor poeta, transborde mais poesia para nós pobres mortais.

    Do amigo; Tárcio Araujo

    PS: Mandei um recado anterior, ficou grafado como (ASSESSORIA DE IMPRENSA), foi devido a leitura automática do (IP) do computador que estava registrado com outro e-mail.

    Esse registro é só para lhe certificar que o autor da mensagem fou eu.

    Abraço amigo, e parabéns pelo trabalho muito rico e demasiadamente importante.

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